Cães-guia no Brasil e o surgimento do Instituto Carioca
A história dos cães-guia
As civilizações modernas têm buscado formas de integrar socialmente pessoas com deficiências. O Brasil tem caminhado numa velocidade um pouco mais lenta neste sentido, mas ainda assim observamos avanços.
De acordo com a história apresentada no site da Federação Internacional de Cães Guia (sigla em inglês: IGDF), o registro mais antigo que se tem de um cão guiando um cego foi encontrado na cidade de Herculano, próximo a Pompéia, na Itália, e que, portanto, é anterior ao ano 79 da era cristã, quando as cidades foram soterradas pelas lavas do Vesúvio. No entanto, procedimentos formais para treinamento de cães só foram aplicados após a 1ª Guerra Mundial, em função de milhares de combatentes terem perdido a visão por conta de agentes químicos, especialmente o gás mostarda. A primeira escola de cães guia foi oficialmente aberta em agosto de 1916, na Alemanha.
O cenário atual no Brasil
Apesar destas técnicas terem se difundido largamente no mundo desenvolvido, aqui no Brasil este processo ainda está pouco utilizado. Temos no país uma escola de cães em Balneário Camboriú (SC), e outra próximo a Sorocaba (SP). Há ainda um projeto que se iniciou em Brasília (DF), mas que não tem uma ação contínua. Há também um esforço acontecendo em Recife, com apoio do Kennel Club do Estado de Pernambuco, que entrega, em média, dois cães por ano.
Buscando suprir a falta de pessoal capacitado para treinar cães, alguns Institutos Federais aderiram a um programa para formação de Treinador e Instrutor de Cães Guia, mas atualmente só há dois destes centros operando regularmente. O pioneiro está no Instituto Federal Catarinense, no campus Camboriú (SC), e o outro no Instituto Federal Goiano, no campus Urutaí (GO).
Na foto vemos Christino, do ICCG, com a Profª Márcia Santos de Souza, ex-coordenadora de implantação do “Projeto Cães-guia” e do Curso de Pós-Graduação de Treinador e Instrutor de Cães-Guia do IFC. Graduada em Pedagogia e em Psicologia, com mestrado em Educação e doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Profª Márcia é um alicerce no trabalho de fortalecimento da cultura do cão-guia no Brasil.

Nasce o ICCG no Rio de Janeiro (2021)
Com base nos dados do IBGE, estima-se que haja nos municípios do Rio de Janeiro e de Petrópolis somados 20 mil pessoas cegas aproximadamente, não considerando nesta estimativa os portadores de baixa visão, e o centro de treinamento mais próximo dista 555 km da cidade. Procurando atender a esta demanda reprimida na região, estamos iniciando a jornada de estabelecer o Instituto Carioca de Cão Guia® (ICCG). Para tanto, contamos com o apoio do Instituto de Direito Coletivo (IDC), que vai auxiliar na divulgação da causa, na difusão do conhecimento sobre as leis que regem o uso do cão guia no país e no Município do Rio de Janeiro, e na busca de recursos para suportar nossas operações.
MISSÃO
Aumentar a independência da pessoa com deficiência visual, melhorando sua acessibilidade e autoconfiança, por meio de uma parceria com o cão-guia.
VISÃO
Ser reconhecido como um centro de treinamento de cães-guia que atende aos padrões internacionais, e que está em processo contínuo de melhoria.